Observar que o Brasil é um país de dimensão continental pode criar vários paralelos. Um deles é a constatação de que todos os países da Europa somados ocupam espaço pouco maior do que a área do Brasil. Ser um país tão extenso é uma condição que pode criar alguns desafios, como a transmissão de energia. Nesse contexto, o Brasil ocupa uma posição muito peculiar no mundo, sendo um dos poucos países de grande extensão territorial dotado de um sistema interligado.
Além de ser uma das maiores do mundo, a rede de transmissão de energia elétrica brasileira é também um sistema complexo e a confiabilidade de uma estrutura crítica desse porte é constantemente colocada à prova. Principalmente quando a vida útil dos equipamentos se aproxima do final.
Renovação de ativos
Embora a configuração atual do sistema elétrico brasileiro tenha sua consolidação na década de 1970, muitos equipamentos que o compõe são de décadas anteriores e seu perfil vem se alterando ao longo do tempo. Concebido como um sistema interligado, ele congrega os diversos pontos de geração de energia em uma rede de transmissão que enfrenta desafios variados. Entre eles, a grande extensão territorial do Brasil, as variações de relevo e de condições climáticas, a ação de agentes externos, entre outros. Nos últimos anos, a questão da vida útil de muitos equipamentos instalados nessa rede tem ocupado o planejamento das empresas responsáveis pela transmissão de energia no Brasil.
Solução integral
Uma das empresas concessionárias que vem enfrentando esse desafio é a Chesf – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, responsável pela geração e transmissão de energia elétrica em grande parte da região Nordeste do Brasil.
Empresa de capital aberto, a Chesf é uma subsidiária da Eletrobras. Diante da necessidade de revitalizar equipamentos em suas instalações, a Chesf, em uma das ações, lançou uma consulta ao mercado para avaliar as soluções disponíveis, apoiada pela Lei 13.303, conhecida como Lei das Estatais, que reforça ainda mais a transparência em relação às atividades exercidas pelas estatais.
Nessa consulta ao mercado, a empresa teve a oportunidade de expor suas demandas relacionadas à renovação de ativos e de conhecer as soluções disponíveis no mercado. Em 2020, foi aberto o processo de licitação para o fornecimento de equipamentos destinados a cinco lotes do sistema de transmissão da Chesf.
A Siemens Energy do Brasil participou do processo de oferta, realizado em formato de pregão eletrônico, e foi declarada vencedora em três dos cinco pacotes. Um dos diferenciais do novo modelo de negócios da Chesf é estabelecer parcerias com fornecedores que se responsabilizem pela solução integral, não apenas pelos equipamentos que a compõem.
Com esse novo modelo, a empresa obtém diversos benefícios, como ganho de escala, redução de interfaces para o desenvolvimento dos projetos, maior proximidade com o fornecedor, resultando em melhores condições para o entendimento das demandas, da situação inicial e dos objetivos pretendidos.
“O contrato da Siemens Energy com a Chesf vai além do simples fornecimento de novos ativos, incluindo também inovação, planejamento, comissionamento. Dessa proximidade, nasce uma verdadeira parceria que estimula as duas empresas na busca por novas soluções, apoiadas nas tendências mais disruptivas do mercado.”Eduardo Caldeira, Head de Vendas Power Utilities na Siemens Energy Brasil
Os três contratos assinados no início de 2021 entre a Siemens Energy e a Chesf preveem modernizações em 36 subestações de energia na região Nordeste do Brasil, com tensões que variam de 69 a 500 kV. A conclusão de todo o processo está programada para entrega até 2024.
No fornecimento para a Chesf, a Siemens Energy projeta a utilização de diversos elementos de seu portfólio de transmissão, como disjuntores e chaves seccionadoras.
“A Chesf estruturou um eficiente plano plurianual de modernização, que abrange os ativos de geração e transmissão de energia, com o objetivo de substituição de equipamentos em final de vida útil, trazendo mais receita para a Companhia e uma maior confiabilidade e segurança operacional. Nós contamos com a Siemens Energy, por meio dos contratos formalizados, para implantarmos as melhorias nas nossas subestações, localizadas na região Nordeste do Brasil, e consequentemente atingirmos os resultados empresariais desejados.”Joao Henrique de Araujo Franklin Neto - Diretor da Chesf
Fornecimento de ponta a ponta
O modelo de negócio oferecido pela Siemens Energy é definido como “de ponta a ponta” porque não se limita ao desenvolvimento e ao fornecimento de equipamentos. Ele também inclui a customização das soluções, de forma a atender rigorosamente as especificações do projeto. Mas há outro aspecto que diferencia a parceria com a Siemens Energy, na ponta inicial de cada projeto. Na fase mais precoce do fornecimento, as equipes técnicas da Siemens Energy atuam de forma integrada com o cliente, com o objetivo de mapear e compreender as demandas, para propor soluções moldadas à cada necessidade.
