Há mais de 150 anos atuando no Brasil, a Siemens Energy, maior conglomerado industrial da Europa, planeja aumentar e diversificar investimentos em projetos e parcerias nos setores de logística e energia em todo o país.
“O Brasil, nesse exato momento, em quase todas as áreas de infraestrutura –em rodovias, mobilidade urbana, metrôs, geração de energia elétrica– oferece excelentes projetos, e acho que esse banco de projetos tende a crescer”, afirma André Clark, CEO da Siemens Energy no Brasil e diretor do CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China).
Clark afirma que a movimentação para atrair capitais privados em infraestrutura cresce em níveis federal e estadual. Um exemplo desse movimento foram os leilões dos aeroportos, realizados pelo governo federal em 2019, que deram “muito certo porque houve um trabalho prévio de modelagem, qualidade, regulação e tudo mais”, segundo o executivo. Se o país continuar nesse caminho, explica Clark, “teremos um pipeline de projetos ainda melhor”.
Os projetos e parcerias da Siemens Energy se orientam em 3 eixos de negócios: Digital Industries, Smart Infrastructure e Gas and Power e estão presentes em todo o país e colaborando com o desenvolvimento da infraestrutura e competitividade do país. Eis alguns exemplos:
Em fevereiro de 2019, Siemens Energy e Braskem anunciaram parceria para a modernização do Polo Petroquímico do ABC Paulista, com conclusão prevista para 2021.
A premissa do projeto é aprimorar a eficiência e reduzir o consumo energético ambiental e economicamente. A proposta é trocar as turbinas à base de vapor por motores elétricos de alto rendimento. “Nosso consumo de energia é predominantemente de origem térmica, portanto projetos que envolvem melhorias na eficiência energética impactam positivamente na redução de emissões e nos custos evitados”, afirma Gustavo Checcucci, diretor de Energia da Braskem.
O investimento total é de R$600 milhões. Checcucci explica que os novos motores têm como base uma nova planta de cogeração de energia alimentada por gás residual do processo de produção petroquímica. “Com a cogeração combinada de energia elétrica e gás, vamos consumir menos energia e reduzir ainda mais a emissão de gases de efeito estufa”, afirma. A estimativa é reduzir 11,4% no consumo de água e de 6,3% nas emissões de CO2.
No projeto, a Siemens Energy Gas and Power é responsável por construir e operar novos ativos da cogeração de energia de alta eficiência durante 15 anos. De acordo com Checcucci, esse novo sistema é mais confiável e “um dos benefícios para a comunidade vizinha será redução do uso do flare, mecanismo seguro para a queima de gases utilizado por indústrias químicas, petroquímicas e refinarias”.
Na área de Smart Infrastructure, a Siemens Energy e a Arcos Dorados Holding, dona da McDonald’s, implantou um novo sistema de baterias de armazenamento MPC (Micropower-Comerc). “A solução estava alinhada com nossos conceitos de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva até os restaurantes, compra de carne sustentável debaixo dos critérios estabelecidos pelo GTPS (Grupo de Trabalho para a Pecuária Sustentável)”, explica Leonardo Lima, Diretor Corporativo de Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados.
A iniciativa está alinhada com os 17 objetivos universais de Desenvolvimento Sustentável da ONU e oferece uma nova forma de abastecimento dos restaurantes da rede no horário de pico, quando a energia se torna mais cara.
“O conceito do projeto é que, durante o dia, o sistema de armazenamento seja carregado e, no horário de pico (das 18h às 21h), ele entre em operação assumindo 100% da demanda de nosso restaurante”, explica Lima.
Dessa forma, os custos diminuem e substituem o modelo padrão, que é a base de diesel, por uma opção sustentável. As baterias foram implantadas como teste na unidade do McDonald’s, em São Paulo, em junho de 2019.
“Até o momento estamos conseguindo, em conjunto com a Siemens Energy e a MPC, achar soluções de eficiência energética para nossos restaurantes”, explica Lima. “Entendemos que uma empresa com o porte da Siemens Energy pode nos auxiliar a encontrar soluções econômicas e sustentáveis para o nosso negócio”, conclui.
No setor aeroviário, a Siemens Energy participa do desenvolvimento e testes da tecnologia AeroMACS (Aeronautical Mobile Airport Communication System), um sistema de comunicação sem fio no âmbito de superfície dos aeroportos. O sistema visa melhorar as operações de infraestrutura, aviação civil e serviços que atendem ao setor de segurança por meio de novos veículos, escadas de embarque, radares e sensores na pista.
A implantação do AeroMACS nos aeroportos está de acordo com o padrão estabelecido pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), uma das agências da ONU. O objetivo é padronizar o sistema de comunicação dos aeroportos de todo o mundo.
Esse sistema torna mais rápidos e eficientes os processos de comunicação interna dos aeroportos. Uma das mudanças está relacionada às informações de telemetria, como aquaplanagem, através do monitoramento por imagem do estado da pista que permite identificar objetos que possam colocar em risco as operações de pouso e decolagem. Uma das principais vantagens do AeroMACS é a transmissão de informação em tempo real.
No Brasil, a Siemens Energy é responsável pela fabricação dos equipamentos do AeroMACS, além de participar dos projetos de teste nos aeroportos.
Em abril deste ano, a Klabin anunciou o investimento de R$ 9,1 bilhões no processo de expansão fabril batizado de Puma II, que deve acontecer até 2023. A iniciativa engloba a instalação de 2 novas máquinas de papel e celulose na fábrica de Ortigueira (PR) e a produção de 920 mil toneladas anuais de papéis de embalagem Kraftliner.
Para a implementação do Puma II, a Siemens Energy fornecerá turbogeradores do modelo SST-600, que têm capacidade de 145 MW. Essa tecnologia oferece melhor custo-benefício para instalação e operação, além de reduzir o impacto ambiental por meio da redução de dióxido de carbono (CO2) emitido durante o processo de fabricação.
Soluções projetadas com uso da tecnologia para automação e digitalização industrial podem ser vistas em vários segmentos de negócio, um exemplo, disso foram guindastes automatizados de maior eficiência energética. Os equipamentos facilitam o escoamento da produção interna industrial para as regiões exportadoras. “No Brasil, grande parte da nossa capacidade produtiva está no interior do país e precisamos escoar essa produção para o mercado externo”, explica Pablo Fava, diretor de Digital Industries da Siemens Energy.
“Estamos implementando o 1º guindaste de controle à distância”, afirma. De acordo com Fava, esses novos equipamentos também resolvem problemas de gestão de segurança, por exemplo, ao evitar a presença de pessoas em áreas perigosas.
Outro exemplo de automatização e digitalização que pode significar um incremento valioso para as exportações brasileiras é o da indústria alimentícia. Os avanços valem para muitas das cadeias do setor dedicadas ao mercado interno. Mas podem também expandir fronteiras nas cadeias de exportação.
O Brasil tem um papel internacional relevante na exportação de alimentos para os principais compradores internacionais e pode reforçar ainda mais esta posição tornando a produção e logística mais rápidas e eficientes.
Nossa maior parceira comercial, a China é atualmente a maior compradora de alimentos do mundo. O país é responsável por comprar 27% do total de exportações brasileiras. Até maio de 2019, as exportações para o país asiático aumentaram 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2018, a China importou 75,88% da soja, 82% das aves e 31% da carne brasileira.
Aumentar a produção e facilitar o escoamento dos produtos para as regiões exportadoras terá papel fundamental para o avanço das relações entre Brasil e China nos próximos anos.
Conteúdo produzido e veiculado pelo Poder 360, disponível no link.