A cada hora em Kassø, perto da fronteira dinamarquesa-alemã, a desenvolvedora de energia renovável European Energy produzirá uma tonelada de hidrogênio livre de carbono para descarbonizar as rotas marítimas. A leste do mar, as pás da usina eólica de Moray West devem girar na costa escocesa e se conectar por meio de subestações de ar condicionado offshore à costa, fornecendo eletricidade suficiente para abastecer o equivalente a 1,3 milhão de residências. Enquanto isso, o maior interconector HVDC do mundo, o Viking Link, com 765 km, permitirá a troca de energia através das fronteiras, funcionando como uma superestrada elétrica conectando as redes elétricas britânica e dinamarquesa.
O Mar do Norte, um ambiente desafiador com ondas altas e ventos cortantes, está se tornando uma vitrine para uma mistura diversificada de tecnologia verde em geração de energia renovável, infraestrutura e Power-to-X. E se a transição energética pode ser realizada aqui, isso mostra que pode ser alcançada em qualquer lugar do mundo.
O Brasil, por exemplo, poderia conectar gigawatts de potencial eólico offshore inexplorado ao longo do Atlântico à rede. As planícies altas, no Texas, sozinhas poderiam fornecer energia eólica suficiente para abastecer 9 milhões de residências nos EUA. E os desertos ocidentais da China, ricos em vento e sol, poderiam ajudar o país a parar de adicionar novas emissões de gases de efeito estufa até 2030, apesar do aumento no consumo de energia.