GNA: Impulsionando a transição energética e maior segurança para o sistema elétrico brasileiro

Um país de dimensões continentais, projetando um constante aumento no consumo de energia numa matriz energética diversificada que precisa de geração firme. Como garantir que o Brasil continue crescendo com participação cada vez mais relevante das renováveis sem enfrentar riscos de desabastecimento? Projetando e viabilizando uma das maiores termelétricas da América Latina.

Os investimentos em gás natural são instrumentais para aumentar a segurança energética do Brasil e impactar positivamente na transição para combustíveis mais limpos no planeta. Com uma matriz energética predominantemente renovável, o Brasil ocupa posição de destaque no cenário global.

No entanto, o crescimento econômico nacional exige um aumento significativo na produção de energia, que precisa continuar sendo sustentável. O bem-vindo crescimento das energias renováveis na matriz energética brasileira cria um desafio que precisa ser enfrentado: a intermitência de fontes que dependem de sua ocorrência na natureza.

Para garantir um fornecimento energético contínuo e confiável, é essencial investir em modalidades de geração que ofereçam estabilidade e segurança. O gás natural surge como uma solução estratégica, proporcionando a flexibilidade necessária para equilibrar a oferta e a demanda, assegurando que o Brasil continue a crescer de forma sustentável e resiliente. 

Os projetos GNA (Gás Natural do Açu) são exemplos de como a inovação e a eficiência podem atender a esse crescimento na demanda. Localizados no Porto do Açu, no Estado do Rio de Janeiro, estes plantas termelétricas utilizam gás natural e somam investimentos de cerca de R$ 12 bilhões, figurando entre os mais modernos e eficientes do País.

O hub GNA foi constituído a partir de um consórcio que inclui as empresas bp, Siemens Energy, Prumo, SPIC e Siemens Financial Services. A Siemens Energy é responsável pelo fornecimento da tecnologia e dos equipamentos de geração de energia, além dos serviços de operação e manutenção do complexo termelétrico. A construção de ambos os projetos GNA ficou a cargo de um consórcio firmado pelas empresas Siemens Energy e Andrade Gutierrez. 

O complexo é formado atualmente pelas usinas de GNA I e GNA II, interligadas a um Terminal de Uso Privado de Gás Natural Liquefeito (GNL), onde esta atracada de forma permanente uma FSRU (floating storage regasification), embarcação responsável por armazenar e regaserificar até 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia.  Conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por duas linhas de transmissão, o complexo foi projetado para trazer uma importante contribuição para um futuro energético nacional mais sustentável.

A UTE GNA I começou a operar em setembro de 2021. Tem capacidade instalada de 1,3 GW (suficiente para fornecer energia para cerca de 6 milhões de residências). 

A usina é composta por três turbinas a gás (modelo 8000H) e uma turbina a vapor (modelo SST6-5000 HI 50), que operam em ciclo combinado. Com a recuperação de calor do ciclo combinado, em tecnologia avançada, cerca de 33% de energia é gerada sem usar gás adicional. Essa composição aumenta muito a eficiência energética da solução. 

De acordo com o contrato de fornecimento de energia deste Parque, GNA I é uma usina 100% flexível. Ela pode gerar energia sempre que necessário para garantir o abastecimento do País.

GNA II também possui tres turbinas a gás e uma a vapor, que totalizam uma capacidade instalada de 1,7 GW, suficiente para abastecer cerca de 8 milhões de residências. Projetada para ser a maior usina termelétrica do Brasil, GNA II iniciou as operações em maio de  2025 e ultrapassa 60% de eficiência energética. Esse índice é superior ao da maioria das usinas desse tipo no mundo.  

Também em GNA II, a Siemens Energy é responsável pelo fornecimento da tecnologia, dos equipamentos e pela operação e manutenção de longo prazo da planta.

Com a entrada em operação de GNA II, as duas usinas tem capacidade de gerar, juntas, energia para cerca de 14 milhões de domicílios, equivalente ao consumo residencial dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, trazendo maior resiliência e segurança para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Com 3,4 GW de capacidade adicionada já licenciada, os planos de expansão do complexo GNA incluem novas usinas. A capacidade instalada pode chegar ao limite do licenciamento, no total de 6,4 GW. Isso fará do complexo GNA o maior hub de gás e energia da América Latina. 

Além disso, o complexo também contempla a possibilidade de construção de gasodutos terrestres para integrar GNA à malha de gasodutos, fortalecendo ainda mais a infraestrutura energética do Brasil.

GNA I e GNA II foram concebidas para ir além da geração de energia por meio do gás natural. Os dois parques dispõem de turbinas a gás que podem operar com hidrogênio, tornando a geração de energia nessa configuração ainda mais limpa e sustentável. 

Atualmente, as turbinas a gás modelo H (GNA I) podem operar com 30% de hidrogênio. Já o modelo HL (GNA II) pode usar 50% desse gás para gerar energia.

A Siemens Energy, que é acionista relevante de GNA, tem um papel importante na construção e operação das usinas. Ela fornece os equipamentos essenciais para a ilha de potência das plantas. Isso inclui turbinas a gás, caldeiras de recuperação de calor e as turbinas a vapor.

 O escopo da Siemens Energy prevê: 

• turbinas a gás classes H e HL de alta eficiência
•   Turbinas a Gás
• Turbinas a Vapor
•  Geradores elétricos para as turbinas a gás e a vapor
• caldeiras de recuperação de calor (HRSG) Geradores
• Serviços do sistema de controle

Além disso, os serviços oferecidos pela Siemens Energy comtemplam a operação e a manutenção de longo prazo (O&M) da planta, bem como um contrato de partes e componentes tecnológicos de reposição ( LTSA, Long Term Sevice Agreement),  incluindo:

• monitoramento remoto avançado
• diagnóstico pelo Centro de Operações Remoto, localizado em Orlando

Mais do que um complexo termelétrico, GNA é um passaporte para a segurança energética do Brasil, criando condições para a expansão das energias renováveis, bem como o aumento do consumo de energia de maneira responsável e em respeito aos mais elevados padrões técnicos.