Parcerias estratégicas para energia sustentável

A demanda mundial por energia vai aumentar drasticamente nos próximos anos, tornando a sustentabilidade no setor energético uma questão urgente. Tão urgente que, em vinte anos, provavelmente ninguém vai destacar que um produto é sustentável – isso será uma realidade.

Este é o cenário energético do futuro que nossos clientes irão enfrentar, impulsionado pelas demandas das partes interessadas e pelas crescentes regulamentações de sustentabilidade que exigem que os fornecedores de energia se afastem da “forma usual de fazer negócios” em favor de novos mercados. Neste novo cenário, a sustentabilidade será uma das bases para o crescimento – acompanhar nossos clientes passo a passo nessa jornada será fundamental.

Quando se trata de descarbonização, nosso objetivo é ser o parceiro preferencial de nossos clientes. Isso também significa que cuidamos das nossas próprias emissões para servir de exemplo. No ano fiscal de 2024, com nosso Programa de Neutralidade Climática, reduzimos as emissões de CO2 equivalente (CO2e) em 55% dentro de nossas operações em comparação a 2019, alcançando nossa meta para 2025 antes do previsto.

Mas isso não é o suficiente.

Mais de 99% das emissões de gases de efeito estufa da empresa vêm do uso de nossos produtos pelos clientes. Claramente, é aqui que temos a oportunidade de fazer uma grande diferença – e já estamos formando novas parcerias e trabalhando de forma colaborativa com nossos clientes para alcançar isso.

Nosso objetivo é reduzir significativamente essas emissões de Escopo 3 na cadeia de valor. O framework SBTi nos pede para reduzi-las em 28% até 2030, a partir de uma linha de base de 2019. No ano fiscal de 2023, conseguimos uma redução de 27%. No ano fiscal de 2024, no entanto, o aumento no volume de pedidos tornou mais desafiador atingir a trajetória da meta, resultando em um aumento nas emissões de Escopo 3 em comparação ao ano fiscal de 2023. Como empresa, precisamos continuar sendo lucrativos e, ao mesmo tempo, contribuir para limitar o aquecimento global. Moldar a transição energética é uma tarefa enorme, e só podemos fazer nossa parte se formos lucrativos. Nossos maiores alavancadores para chegar lá são fortalecer a eficiência energética e a digitalização, aumentar as fontes renováveis e a eletrificação, além de possibilitar a mudança de combustíveis para combustíveis de baixo carbono e carbono neutro, assim como a expansão de novas tecnologias de remoção de emissões.

Além de 2030, esperamos que as emissões dos produtos vendidos diminuam ainda mais, uma vez que tecnologias como hidrogênio verde e captura de carbono se tornem mais maduras e escaláveis. Mas, no intervalo, a mudança do carvão para o gás natural já está proporcionando reduções rápidas. Por exemplo, no ano fiscal de 2024, ajudamos a Cooperative Energy a converter sua Usina Morrow em Mississippi, de carvão para gás, com uma turbina a gás SGT6-9000HL, reduzindo suas emissões de CO2 em 2 milhões de toneladas métricas por ano.

Nossos esforços fazem parte de nossa intensa cooperação com nossos clientes, que exigem uma ampla gama de produtos para atender às necessidades de um mercado de eletricidade em rápido crescimento. Nosso setor de redes e turbinas a gás, em particular, está se beneficiando desse impulso, multiplicando o volume de pedidos na área de Gas Services no ano fiscal de 2024 e alcançando um backlog de pedidos recorde tanto em Gas Services quanto em Grid Technologies.

Ao mesmo tempo, o setor de energia está evoluindo rapidamente, e os clientes precisam se sentir confiantes de que os ativos em que estão investindo hoje não serão obsoletos amanhã – a previsibilidade é essencial! Um transformador tem uma vida útil típica de vinte a trinta anos. Com a manutenção adequada, uma turbina a gás pode permanecer operacional por até quarenta anos. Podemos ampliar o papel delas na transição energética?

À medida que a produção de hidrogênio livre de carbono se expande, oferecemos aos clientes como a Morrow um caminho de descarbonização para operar nossas turbinas a gás com 100% de hidrogênio até 2030, tornando seus ativos não apenas viáveis em um sistema energético de emissão líquida zero, mas essenciais para manter a estabilidade da rede agora e no futuro. Para que o hidrogênio se torne um verdadeiro divisor de águas, no entanto, ele precisará estar disponível em grandes quantidades a preços competitivos. No ano fiscal de 2023, em uma joint venture com o fornecedor de gases industriais Air Liquide, inauguramos nossa fábrica de eletrólitos do futuro como parte da preparação para uma economia de hidrogênio. No ano fiscal de 2024, a fábrica aumentou sua produção de pilhas de eletrólito de um para dois gigawatts.

No lado dos materiais, em setembro de 2024, assinamos um acordo com o operador de rede TenneT para fornecer transformadores com uma pegada de carbono menor, utilizando cobre 100% reciclado para seus enrolamentos. Se o cobre reciclado fosse utilizado para todos os transformadores de potência necessários mundialmente para expandir a rede elétrica até 2040, isso economizaria cerca de 14 milhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa. Existe uma oportunidade tremenda aqui – para nosso negócio e para o planeta!

Estamos orgulhosos e confiantes em nosso papel de permitir que o setor de energia evolua, mas não podemos fazer isso sozinhos. O que precisamos agora são estruturas regulatórias inteligentes em termos climáticos que ofereçam previsibilidade e estabilidade para os investidores, enquanto continuamos a construir novas parcerias e colaborações com nossos clientes e principais players da indústria ao redor do mundo, trabalhando e inovando juntos por um futuro energético sustentável.

A sustentabilidade, para nós, é realmente sobre aproveitar as oportunidades de negócios e reduzir os riscos. Isso inclui minimizar nossa pegada climática em nossas operações e na fabricação, bem como as emissões provenientes do uso de nossos produtos. Consideramos a sustentabilidade nas decisões que tomamos, desde as inovações que buscamos até a forma como tentamos conservar recursos. A sustentabilidade permeia toda a nossa cultura organizacional. Ela está refletida em nossas metas de saúde e segurança, e também em nossos objetivos de diversidade. Estamos nos esforçando para ser uma empresa justa e inclusiva, onde todos podem ser eles mesmos no trabalho.

Nosso objetivo é ser neutros em carbono em nossas operações até 2030. Um dos caminhos para isso é que estamos utilizando eletricidade renovável em todas as nossas instalações ao redor do mundo, um objetivo notável que alcançamos no ano fiscal de 2023. Também estamos focados em reduzir o consumo de energia e aumentar a eletrificação em nossos processos e edifícios, além de transformar toda a nossa frota de veículos para 100% de veículos elétricos. Claro, enquanto buscamos a neutralidade climática em nossas operações, o maior desafio é impulsionar a descarbonização ao longo de toda a cadeia de valor. Se você olhar para a pegada de nossa empresa, cerca de 99% dela vem das emissões de escopo 3, provenientes do uso dos produtos vendidos.

Nosso objetivo é reduzir as emissões de Escopo 3 relacionadas ao uso dos produtos vendidos em 28% até 2030, em comparação com 2019. Isso é realmente ambicioso se considerarmos a forma como as emissões de Escopo 3 são calculadas: no ano em que vendemos o respectivo produto, calculamos as emissões para toda a sua vida útil. À medida que nosso negócio cresce, é natural que nossa pegada de CO2 aumente. No entanto, ainda podemos influenciar as emissões de Escopo 3 por meio de várias alavancas: a primeira é o ganho de eficiência com produtos aprimorados e digitalização. A segunda é oferecer produtos livres de GEE (gases de efeito estufa) e produtos que apoiem a transição para o hidrogênio – isso será uma grande alavanca. A terceira é permitir que tecnologias como captura e armazenamento de carbono (CCS) amadureçam nos próximos anos; já estamos vendo projetos que combinam turbinas a gás com CCS e que estão perto de serem neutros em carbono. Além disso, desde novembro de 2020, não oferecemos mais novos projetos a carvão, que representavam uma parte significativa das nossas emissões totais de CO2. E, por último, mas não menos importante, ao incorporar mais fontes renováveis no sistema, esperamos que nossos clientes operem suas turbinas a gás cada vez menos no futuro. Todos esses elementos juntos contribuem para reduzir nossas emissões. Sob uma perspectiva puramente tecnológica, estamos na vanguarda do que é possível na transição energética.

Além disso, coletamos e processamos dados ESG para cerca de 90% das nossas emissões de Escopo 3 relacionadas ao uso dos produtos vendidos, com o uso da nossa solução de gestão de dados ESG para previsões estratégicas. Acredito que isso demonstra nosso compromisso em entender e calcular as emissões de Escopo 3 e o quão sérios somos na gestão delas. Isso se tornará cada vez mais relevante com a nova Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD). E à medida que mais dados ESG fluírem para esse sistema de gestão de dados, teremos um pool de dados de sustentabilidade completo para a empresa no futuro.

Créditos combinados de imagem e vídeo: Anna Schroll